O que é síndrome do pânico?
O transtorno de pânico, conhecido popularmente por síndrome do pânico, faz parte do conjunto de transtornos ansiosos, sendo caracterizado por um ataque súbito e intenso de ansiedade juntamente do sentimento de desgraça iminente. Ele pode ou não estar associado a outras condições psiquiátricas.
Pode afetar cerca de 3,5% da população geral ao longo da vida e, geralmente, se inicia no final da adolescência ou no início da vida adulta, acometendo duas a três vezes mais as mulheres do que aos homens.
Sintomas
Os ataques de pânico duram de minutos a algumas horas e podem ser espontâneos ou desencadeados pelo uso de substâncias estimulantes (cafeína, álcool, nicotina, entre outras), esforço físico, atividade sexual ou trauma emocional moderado. Estes podem ser apenas pontuais, ocorrendo uma única vez na vida. Porém, quando começam a aparecer de forma recorrente e inesperada, caracteriza o transtorno de pânico.
Além disso, no transtorno de pânico as crises são acompanhadas de outros quatro ou mais sintomas, os quais são descritos a seguir:
- Palpitação, taquicardia
- Sudorese
- Tremores
- Náusea ou desconforto abdominal
- Sensação de formigamento
- Medo de perder o controle ou enlouquecer
- Sensação de falta de ar ou sufocamento
- Sensação de asfixia
- Dor ou desconforto torácico
- Sensação de tontura, vertigem ou desmaio
- Medo de morrer
- Sensação de estar fora da realidade ou se distanciando de si mesmo
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do transtorno de pânico segue os critérios do DSM-V (Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais) e deve ser diferenciado de outros transtornos orgânicos, tais como doenças cardiovasculares, endócrinas, neurológicas, pulmonares e do uso de substâncias.
TRATAMENTO
Os tratamentos mais eficazes são a terapia medicamentosa com antidepressivos e a psicoterapia, em especial a terapia cognitivo-comportamental. Existem estudos comprovando que até 75% dos pacientes permanecem sem ataques de pânico com a terapia combinada.
O tempo de uso de medicações varia de 8-12 meses após a melhora e deve ser retirada de forma gradual, conforme recomendação médica.
TÉCNICAS PARA O ENFRENTAMENTO DA ANSIEDADE
Existem algumas técnicas úteis para diminuir a ansiedade. Estas podem ser aplicadas em sequência ou isoladamente no momento dos sintomas, porém é importante praticá-las na ausência destes para que se possa usá-las nos momentos necessários.
A pessoa ansiosa tende a respirar de maneira irregular, rápida e ofegante levando à hiperventilação e aos sintomas decorrentes do aumento de oxigênio no sangue, como tontura, sensação de sufocamento e taquicardia. Estes sintomas são semelhantes aos de um ataque de pânico e podem ser controlados por técnicas corretas de respiração.
Para manter o controle, deve-se inspirar pelo nariz e expirar pela boca, iniciando a respiração a partir do diafragma. Utiliza-se apenas os músculos do abdome, sem movimentar o tórax, de forma pausada: empurre o abdome para fora enquanto inspira, pause, contraia o abdome enquanto expira e pause até iniciar novamente a inspiração. É recomendado, ainda, concentrar-se na contagem dos movimentos e observar a movimentação abdominal.
Este exercício deve ser feito de olhos fechados para facilitar a concentração, e em um local confortável, como a cama ou uma cadeira. Consiste basicamente na prática de tensão e relaxamento dos principais grupos musculares do corpo. Inicialmente, deve-se focar a sensação de tensão de baixo para cima, iniciando pelos pés e indo em sequência pelas pernas, quadris, abdome, mãos, braços, ombros, pescoço e face. Mantém-se essa tensão por 5-10 segundos e então deve-se relaxar todos os músculos de uma vez, numa tentativa de manter-se relaxado por 10-15 segundos para então repetir o exercício até que se sinta completamente relaxado.
É importante também relaxar a mente, pensando em algo agradável que lhe distraia dos sintomas, respirando lentamente.
Após 1 a 2 minutos de exercício, pode-se abrir os olhos e alongar os músculos lentamente.
REFERÊNCIAS
- KAPLAN, H.; SADOCK, B.; GREBB, J. Compêndio de Psiquiatria: ciência, comportamento e psiquiatria clínica. 11. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2017
- CORDIOLI, A. V., & GREVET, E. H. Psicoterapias: Abordagens Atuais. – 4ª edição – Porto Alegre : Artmed, 2019
O artigo tem objetivo informativo e não substitui a consulta médica.
Na presença de algum dos sintomas descritos, busque ajuda profissional.