Transtorno de ansiedade generalizada

O que é TAG?

Por Kâmilah Hauache

A ansiedade é uma resposta adaptativa a uma ameaça desconhecida, em que o corpo se prepara para responder a esta situação de perigo de alguma forma: ou fugir ou lutar. Essa reação é considerada normal, numa tentativa de o indivíduo evitar ou diminuir as consequências desta ameaça. Pode vir acompanhada de uma sensação difusa e inespecífica de angústia e também de sintomas como: dor de cabeça, palpitações, aperto no peito, inquietação e dor no estômago.

Quando a ansiedade está presente na maior parte dos dias, associada a uma preocupação excessiva de difícil controle para os eventos ou atividades do cotidiano, interferindo na rotina da pessoa, é provável que o diagnóstico seja de transtorno de ansiedade generalizada (TAG).

Este transtorno se inicia no final da adolescência e está presente em 3-8% da população. É duas vezes mais frequente em mulheres do que em homens e desses pacientes cerca de 50 a 90% possuem outra patologia psiquiátrica, como depressão, fobia social e específica, e até 25% possuem transtorno de pânico associado.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

A ocorrência de diversos acontecimentos negativos na vida pode aumentar a probabilidade de desenvolver TAG. São indivíduos que estão na maioria dos dias excessivamente preocupados, de forma desproporcional ao motivo da ansiedade e dificilmente sabem relatar quando foi a última vez que não se sentiram ansiosos.

Para fechar o diagnóstico, é necessário ter, no mínimo, seis meses de sintomas e a pessoa deve considerar difícil controlar a preocupação. Além disso, a ansiedade e preocupação excessiva estão associadas a pelo menos três dos seguintes seis sintomas:

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico de transtorno de ansiedade generalizada segue os critérios do DSM-V (Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais). É importante diferenciá-lo de outros transtornos psiquiátricos que também podem desencadear ansiedade e preocupações excessivas.

Também deve ser diferenciado de transtornos orgânicos, tais como doenças cardiovasculares, endócrinas, neurológicas, pulmonares e do uso de substâncias.

TRATAMENTO

O tratamento deve ser tanto medicamentoso, com antidepressivos principalmente, como psicoterápico, com a terapia cognitivo-comportamental. A taxa de remissão do tratamento combinado é de 70% com baixos índices de recidiva à longo prazo.

RECOMENDAÇÕES PARA DIMINUIR A ANSIEDADE NO DIA-A-DIA

A prática de exercícios físicos estimula a liberação de serotonina, um neurotransmissor envolvido na regulação do sono e na melhora do humor, além da diminuição da ansiedade. 

É importante reservar pelo menos meia hora do dia para a realização de exercícios, pode ser um esporte, academia ou mesmo uma caminhada em locais abertos.

Realizar atividades que lhe agrade diminui o estresse do dia-a-dia. Tente destinar um momento na sua rotina para o lazer.

Separe bem os horários de cada atividade diária, não leve trabalho para casa, um passo de cada vez.

 

O corpo humano necessita de cerca de 6-8h de sono diário. Tente estabelecer horários de ir para cama e horários para acordar. Desligue todos os aparelhos eletrônicos na hora do sono para que não interfiram nesse processo.

Se você se sente preocupado na maioria dos dias e sente que isso atrapalha no seu trabalho e no convívio com amigos e família, não tenha medo, existem profissionais que podem lhe ajudar.

REFERÊNCIAS

  1. KAPLAN, H.; SADOCK, B.; GREBB, J. Compêndio de Psiquiatria: ciência, comportamento e psiquiatria clínica. 11. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2017
  2. CORDIOLI, A. V., & GREVET, E. H. Psicoterapias: Abordagens Atuais. – 4ª edição – Porto Alegre : Artmed, 2019